Pronto, finalmente a sensação de dever cumprido. Após o dito ensino obrigatório você começa o tão sonhado Ensino Superior. Escolhe o curso que quer, as matérias que deseja e tudo passar a ser do seu modo (sei que não é bem assim, mas sempre existe essa ilusão). Obviamente os interesses em comum não significam pessoas parecidas e logo surgem diversos imbecis na sua turma, mas isso é esperado, as pessoas não são iguais e algumas são tão diferentes que irritam. Mas existe um tipo de chato capaz de perturbar terrivelmente. É aquele infeliz que não está na mesma área que você e, com todo reducionismo do mundo, cisma em encher a paciência do desavisado. É em homenagem a esse tipo de pessoa que selecionei os cursos que mais sofrem com isso.
7 – Letras
Se existe alguma dúvida em relação à língua portuguesa, é a um estudante de Letras que qualquer um deve recorrer. Dicionários são inúteis perto dele. Por falta de imaginação e de conhecimento da abrangência da área, sempre chegamos à conclusão “lógica” de que a pessoa em questão será professora de português, mesmo que ela faça português/croata pretendendo trabalhar no consulado. Não soube responder? “Putz, espero que meus filhos não tenham aula com você.”.
6 – Biologia
A biologia é o ramo da ciência que estuda os seres vivos. Sendo assim, é esperado que a pessoa que se interesse pela área conheça todos os seres vivos do mundo. Daquele inseto irritante que aparece na sala até o tipo de musgo que cresce na sua calçada, é obrigação do biólogo saber tudo: nome vulgar, nome científico, alimentação, forma de reprodução, lugares em que vive e por aí vai. Não existe ignorância maior no mundo que não reconhecer algo e ele deveria se envergonhar disso.
5 – Geografia
“Qual é a capital do/da *** (insira aqui o país aleatório que você só procurou no Atlas para sacanear o seu amigo)?”. Essa é basicamente a vida de um estudante de Geografia. Isso e ter que conviver com o fato de que é uma das matérias mais subestimadas do ensino obrigatório. Admita, quantas pessoas você conhece que disseram adorar estudar geografia quando jovens?
4 – Matemática
A pessoa que estuda Matemática necessariamente é capaz de fazer qualquer conta de cabeça. É um fato comprovado cientificamente. Desde a simplicidade da conta num restaurante e suas divisões muitas vezes ininteligíveis (“Eu só comi quatro batatas. Isso dá quanto porcento do prato? E como fica o valor final para mim?”) até cálculos mais complexos inventados no calor do momento por seus amigos cruéis que desejam testar o raciocínio do pobre futuro matemático. E o mais importante dessa história é que, se ele não conseguir responder, seu curso e sua dedicação podem ser questionados sem misericórdia.
3 – Direito
Para perceber o tipo de armadilha que esse estudante cai, basta notar que muitas pessoas chamam o curso de “Advocacia”. Sendo assim, ao longo dos 5 anos de curso, deverá aguentar diversas pessoas pedindo para ser seu advogado no futuro mesmo que o que ele mais queira da OAB seja distância. Além disso, deve conhecer todas as leis e é inconcebível que não tenha a constituição decorada. Não se pode esquecer também que talvez a única outra classe considerada menos confiável que eles seja a dos políticos. Por sinal, não confio em políticos nem em advogados. Ou estudantes de Direito.
2 – Publicidade
Posso estar dramatizando um pouco o meu próprio curso, mas é um fato. Eu mesmo já enfrentei frases como “Vamos lá! Me dá um nome genial para minha banda!” ou “Preciso de um slogan. Pedro, diz um aí.”. E isso é apenas uma parte dos problemas. Além da obrigação de ser genial, ainda existe o problema do Photoshop. Todos acham que o publicitário é necessariamente um profundo dominador da ferramenta. Não, eu não consigo fazer você emagrecer, diminuir o nariz, aumentar os seios, colocar asas, revestir com escamas etc. E, se soubesse, não significaria que faria simplesmente porque você pediu.
1 – Medicina
Sem dúvida alguma, o líder do sofrimento. Eles simplesmente não encontram paz em sua existência. Serão obrigados a dar sua opinião médica sobre a tosse de seu tio na festa de 2 anos da priminha, examinar aquela mancha estranha/nojenta que apareceu há mais ou menos uma semana no braço do amigo em meio àquela reunião num barzinho e dizer o melhor remédio para a dor nos joelhos do seu vizinho. E aposto que suas vidas ficaram mais miseráveis depois da fama de “House”.
E você, leitor(a) assíduo(a) desse blog, conhece algum outro curso que sofre com a chatice das pessoas?